quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ela me ama!!



Ontem descobri que minha mulher me ama.
Que bom, estava meio em dúvida. Achava que estava comigo só porque sou herdeiro de um consórcio de um vídeo cassete 7 cabeças (será que isso existe ainda??).
Chegando na quadra ontem a noite, uma mulher assistia à minha esposa a montar a cadeira para que eu pudesse sair do carro. Sabe aquelas mulheres que falam, falam e que conversam até com defunto?? Então...
Eu sozinho lá, dando meus arremessos e esperando meus amigos chegarem, até que a dita não se conteve, entrou na quadra e foi conversar comigo...
"Não é fácil não, voce tem que dar muito valor a ela...", e eu "hã? quem eu, do que a senhora está falando?"
"Viver com um homem assim nesse seu estado, não é qualquer uma que aguenta, viu?"

Respondi, "...mas moça, não sou tão ruim assim"
"É, mas ela podia te largar, e ir atrás de um outro homem..."
Aí não aguentei, confesso que estava morrendo de vontade de rir e já pensando em escrever isso tudo aqui.
Dei o golpe final..."ela está comigo porque sou muito rico e vou durar pouco"
"Mas ela te ama!Viu?", me avisou a mulher já de saída.



ps.: a imagem acima será uma estampa para o dia dos namorados.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O primeiro amistoso a gente nunca esquece

Uma semana antes da Reatech, eu e meus amigos do basquete fomos fazer nosso primeiro amistoso. Fomos para Taubaté.
O time dos caras tem 10 jogadores, todos com suas cadeiras adaptadas, tem técnico e um lugar bem bacana para treinar.
Nosso time é composto por 5 jogadores que treinam regularmente, mais um que não treina por falta de tempo, mas foi para nos ajudar. Meu irmão que cursa Ed. Física, foi para ser o técnico.
A diferença de equipamento (cadeira) era berrante. Quando a gente ia eles já estavam voltando....mas como a defesa sempre é o melhor ataque, a gente parou de ir....
Foi um bom teste. Perdemos de 17 a 7. Deu para sentir o sangue nos olhos dos meus companheiros. O lamentável, foi a queda q
ue esse amigo que foi somente para nos ajudar, levou. Por não termos cadeiras adaptadas (com cambagem, inclinação correta e cinto), levou um tranco, caiu e quebrou o fémur que liga o quadril.
A gente continua seguindo, com mais vontade do qu
e nunca, com nossa teimosia sempre em alta e com nossas cadeiras "Mad Max".

domingo, 12 de abril de 2009

Difícil de entender


Uma questão não sai da minha cabeça.
Fiz essa coleção de camisetas com o intuito de divulgar a acessibilidade. Querendo que dentre outras coisas, a "cadeirinha" fosse vista mais vezes, não somente em banheiros de shoppings ou aeroportos, mas que fizesse parte do "vocabulário visual" de todos, para que sejamos mais respeitados e menos ignorados pela sociedade.
As camisetas na feira foram um sucesso. Mas até agora só vendi para 4 cadeirantes, sendo que dois são meus amigos.
O cadeirante, como me disse um na feira, já é a própria propaganda de acessibilidade. Não concordo!
Como me disse o João do site "Como Ir", "...saímos de casa todos os dias para enfrentar um mundo que não nos respeita, somos fortes e
temos que bater no peito e nos orgulhar, por isso temos que literalmente, vestir a camisa!"
Pois é, fiquei muito orgulhoso em receber elogios referente ao meu trabalho e aos desenhos. Fiquei feliz em ver as mulheres dos "malacabados" vestindo a ideia.
Mas a conclusão que estou tirando de tudo isso é que o preconceito está também dentro da cabeça do próprio deficiente.
E esse, é mais difícil de vencer.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Reatech, para rir e para chorar


Foram 4 dias de muito trabalho, perseverança e cansaço.
Quatro dias que ficarão na minha memória.
Para rir...
Presenciei uma discussão de mudos que jamais esquecerei...nossa, como eles são muitos! (é uma deficiência que não vemos ou sequer percebemos). Até aprendi algumas palavras em libras.
Para chorar...
Falta de sensibilidade de algumas pessoas que apontavam suas máquinas digitais para o menino que vive deitado de bruços (pintando quadros e vasos com a boca) como se fosse uma atração circense.
Para rir, chorar e aprender....
Fui ao banheiro químico adaptado (uma bosta, mas é melhor que nada) e ao abrir a porta encontro um deficiente visual em pé e estático, com o rosto apontado para um dos lados desse caixote esperando que alguém abrisse a porta (dez minutos de espera). Após o susto que levei, ajudei-o a sair e aprendi com ele que como é fechado, sem ventilação e quase sem som, o deficiente visual acaba perdendo suas referências.
Outra...numa feira como essas, cheia de malacabados, a deficiência é um "acessório" meio que obrigatório. As pessoas analisam e fiscalizam umas as outras para descobrir qual deficiência você tem. Coisas da Reatech.

Que bom ter conhecido pessoas especiais como a Cybelle (Deficiente Alerta); Gloria; Maysa; Jairo (Assim como você); Sam (Lesado e Meio); Daniel (Reflexão sobre rodas); Ana (Recife); Eduardo e Bianca (Mão na Roda); o João e o Renato
("Como ir"); Renny e Rayan (grandes recentes amigos). Em tempo, Leandro Kadeira (figuraça).
Mas o melhor da feira...
Uma senhora me procurou no sábado a tarde, simplesmente para me abraçar. Ela tinha comprado uma camiseta no stand da "Como ir" (grandes parceiros nas vendas das camisetas), e queria saber quem era a pessoa que tinha criado aquele desenho que a emocionou. A ideia foi lançada e atingimos nosso objetivo, tocar o coração.
Valeu MUITO a pena!

Vamo que isso é uma festa!