Quando saí do hospital, tive que voltar a morar na casa dos meus pais, fiquei instalado numa cama hospitalar e só me mexia de 2 em 2 horas, para não causar ferimentos (escaras).
Só ia pra cadeira com a ajuda dos meus irmãos. Era muito complicado ficar sentado. Parecia que era de papel, dobrava pra frente e pra trás.
Não tinha vontade e nem coragem de me sentar. Foi quando minha namorada trouxe pra casa a nossa cachorra, Dolores.
Como eu estava recém operado, não podiámos deixa-la dentro de casa, como era acostumada. Então, só podia vê-la pela janela do quarto. Mas não era o bastante pra mim. Sempre gostei de cachorro e a Dolores já era mais que isso, era minha companheira de corrida na praia, minha parceira em alguns momentos de solidão, enfim...era o meu cachorro e pronto! No período de internação, sentia muita saudades dela, era a única 'pessoa' da família que não podia me visitar.
Venci a dor, a insegurança que uma haste de titânio proporciona no início e o desconforto de não ter mais músculos abdominais funcionando para me manter firme, resolvi sentar e me sento todas as manhãs na cadeira de rodas para tomar café ao lado de Dolores.
Dizem que acariciar um cachorro, libera endorfina no nosso cérebro, substância que nos dá prazer e bom humor.
Sei lá se é verdade. Sei que Dolores é mais que um cachorro, é minha companheira também de recuperação.
Um comentário:
Ah, como eu te entendo. Você tem a Dolores. Eu tenho Urso, Milu, Loba, Annie e Precioso. Mas eles vivem no Brasil, com meus pais. Daí a saudade de ter um cachorro pra abraçar, afagar, cheirar a patinha, brincar junto era tanta, mas tanta, que fui ser voluntária num abrigo de animais aqui em Fort Lauderdale. E virei babá/nurse de cachorro. E daí vieram Luke, Toby, Hunter, os bebês Lady e Tucker, os golden retriever lindos Salomé e Loui, o beagle Buddy, que quase destruiu minha casa com tantas artes, os trigêmeos Panda, Preta e Black e muitos, muitos outros. Tem coisa melhor que cachorro?
Beijo
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