terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Roque Santeiro!!!



"Num tá mexendo nada ainda?", perguntou um amigo que não me via há 3 anos.
Acredito que as pessoas que convivam comigo, já não me olham como um paraplégico coitado, incapaz de ser feliz ou de viver dentro da normalidade.
Porém, outros que estão um pouco distante, e que não vivem a minha realidade, sempre me olham de uma maneira...uma mistura de Roque Santeiro "Você não morreu?", com um mártir qualquer "Cara, você é um exemplo...".
Páputaqueospariu!! Exemplo de quê?
Tem gente que se sente mal só de reclamar de uma dor de cabeça perto de mim.
Pô, tá doendo tem que reclamar mesmo!
Realmente viver em uma cadeira de rodas não é fácil, mas também não é difícil, é CHATO PRA CA!!
Acredito que a exclusão ou o desprezo que as pessoas com deficiência sofrem, está no simples fato de falta de convívio social.

7 comentários:

Jairo disse...

Assino em baixo, carimbo e reconheço firma em cartório. Abração

Marise disse...

Então tá, não vou te excluir, mas se você for o Jorge Tadeu você me avisa?

Anônimo disse...

Oi Evandro. Entendo sua revolta, mas acredito que esse tipo de coisa aconteça com qualquer pessoa que passou ou passa por uma situação que amedronte os demais, e não só com deficientes.Minha mãe já teve cancer 3 vezes, já passou por várias cirurgias, quimio, radioterapia, o diabo, e já ouviu coisas desse tipo também. Desde que ela é um exemplo( e ela reagiu igual a você, exemplo de que?") até observações estúpidas e sem a menor sensibilidade. Como ela teve cancer de intestino teve que mudar a dieta. Um dia ouviu de uma vizinha que ela devia parar de fazer dieta e comer de tudo, pra pelo menos ter esse prazer na vida. Teve outra idiota que perguntou se minha mãe não queria vender o computador, já deixando implícita nessa pergunta que ela achava que minha mãe iria morrer mesmo e devia deixar essas coisas resolvidas. A gente percebe que essas pessoas vem minha mãe como uma coitada, uma infeliz, desgraçada, enquanto ela mesma tem uma visão bem diferente de si mesma. Graças a Deus. Por isso que de vez em quando é bom recadastrar os amigos e só manter na lista atual aqueles mais inteligentes e positivos. E deixar na ponta da lingua umas respostas bem desconcertantes mesmo pra esses comentários idiotas. Tipo assim: "não, eu mexo sim, acabei de dançar um frevo, pena que você chegou uns minutos atrasado pro show, seu ordinááááário". Beijokas

Anônimo disse...

Evandro, é aquela questão do choque inicial mesmo. E quem não convive vai ficar sempre tentando comparar sua vida pré-cadeira com a pós-cadeira. Eu acho estranho é encontrar pessoas que não vejo desde os tempos de andante e que, às vezes, nem sabem que me tornei cadeirante. A cara de bunda que fazem é bizarra...Outro dia encontrei com um que não via há 12 anos e o cara nem conseguia falar direito!

Mas como você disse, com a convivência tudo muda. E às vezes, quando o amigo não muda, mudamos de amigo :-)

Juliana Carvalho disse...

hahaha, muito boa a história do frevo. aleijado não é coitado! coitado é quem sofre o coito...
mas, convenhamos que ninguém merece o maldito estímulo retal!
beeeeijo!

Anônimo disse...

Boa Alemão ,

É isso aí Gerdauzão !

Anônimo disse...

Eu mesma reajo estranhamente ao saber ou ver alguém que conheci, ou conheço, em uma cadeira de rodas. Sei que não estou preparada para agir de outra maneira. Seria ipôcrita, se dissesse, "Que horror essas pessoas... Que preconceito..." A única coisa, que sei, é que tento a cada dia, ou a cada vez mais, me conscientizar, e não me "espantar" ao saber ou ver, ou sentir "peninha" de um cadeirante. Me esforço, para aprender sobre mim mesma, e assim poder agir melhor em relação aos deficientes. Porque sei, que SOU EU, é que tenho que aprender a vencer esse medo do desconhecido, e saber agir com naturalidade e respeitar todas as pessoas deficientes, assim como as não deficientes também. Sei que tenho muito a aprender, e o mais importante pra mim, hoje, é saber que PRECISO aprender muito, muito mesmo, sobre a individualidade de cada um. E principalmente, saber encarar de frente um deficiente, sem pena, ou tristeza.